O processador é o cérebro do micro, encarregado de processar a maior parte
das informações. Ele é também o componente onde são usadas as tecnologias
de fabricação mais recentes.
Existem no mundo apenas quatro grandes empresas com tecnologia para
fabricar processadores competitivos para micros PC: a Intel (que domina mais
de 60% do mercado), a AMD (que disputa diretamente com a Intel), a VIA (que
fabrica os chips VIA C3 e C7, embora em pequenas quantidades) e a IBM, que
esporadicamente fabrica processadores para outras empresas, como a
Transmeta.
Athlon X2 e Pentium D
O processador é o componente mais complexo e freqüentemente o mais caro,
mas ele não pode fazer nada sozinho. Como todo cérebro, ele precisa de um
corpo, que é formado pelos outros componentes do micro, incluindo memória,
HD, placa de vídeo e de rede, monitor, teclado e mouse.
Dentro do mundo PC, tudo começou com o 8088, lançado pela Intel em 1979 e
usado no primeiro PC, lançado pela IBM em 1981. Depois veio o 286, lançado
em 1982, e o 386, lançado em 1985.
O 386 pode ser considerado o primeiro processador moderno, pois foi o
primeiro a incluir o conjunto de instruções básico, usado até os dias de hoje. O
486, que ainda faz parte das lembranças de muita gente que comprou seu
primeiro computador durante a década de 1990, foi lançado em 1989, mas
ainda era comum encontrar micros com ele à venda até por volta de 1997.
Depois entramos na era atual, inaugurada pelo Pentium, que foi lançado em
1993, mas demorou alguns anos para se popularizar e substituir os 486. Em
1997 foi lançado o Pentium MMX, que deu um último fôlego à plataforma.
Depois, em 1997, veio o Pentium II, que usava um encaixe diferente e por isso
era incompatível com as placas-mãe antigas. A AMD soube aproveitar a
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oportunidade, desenvolvendo o K6-2, um chip com uma arquitetura similar ao
Pentium II, mas que era compatível com as placas soquete 7 antigas.
A partir daí as coisas passaram a acontecer mais rápido. Em 1999 foi lançado
o Pentium III e em 2000 o Pentium 4, que trouxe uma arquitetura bem diferente
dos chips anteriores, otimizada para permitir o lançamento de processadores
que trabalham a freqüências mais altas.
O último Pentium III trabalhava a 1.0 GHz, enquanto o Pentium 4 atingiu
rapidamente os 2.0 GHz, depois 3 GHz e depois 3.5 GHz. O problema é que o
Pentium 4 possuía um desempenho por ciclo de clock inferior a outros
processadores, o que faz com que a alta freqüência de operação servisse
simplesmente para equilibrar as coisas. A primeira versão do Pentium 4
operava a 1.3 GHz e, mesmo assim, perdia para o Pentium III de 1.0 GHz em
diversas aplicações.
Quanto mais alta a freqüência do processador, mais ele esquenta e mais
energia consome, o que acaba se tornando um grande problema. Quando as
possibilidades de aumento de clock do Pentium 4 se esgotaram, a Intel lançou
o Pentium D, uma versão dual-core do Pentium 4. Inicialmente os Pentium D
eram caros, mas com o lançamento do Core 2 Duo eles caíram de preço e
passaram a ser usados até mesmo em micros de baixo custo. Os Pentium D
eram vendidos sob um sistema de numeração e não sob a freqüência real de
clock. O Pentium D 820, por exemplo, opera a 2.8 GHz, enquanto o 840 opera
a 3.2 GHz.
Em 2003 a Intel lançou o Pentium M, um chip derivado da antiga arquitetura do
Pentium III, que consome pouca energia, esquenta pouco e mesmo assim
oferece um excelente desempenho. Um Pentium M de 1.4 GHz chega a
superar um Pentium 4 de 2.6 GHz em diversas aplicações.
O Pentium M foi desenvolvido originalmente para ser usado em notebooks,
mas se mostrou tão eficiente que acabou sendo usado como base para o
desenvolvimento da plataforma Core, usada nos processadores Core 2 Duo
fabricados atualmente pela Intel. O Pentium 4 acabou se revelando um beco
sem saída, descontinuado e condenado ao esquecimento.
Paralelamente a todos esses processadores, temos o Celeron, uma versão
mais barata, mas com um desempenho um pouco inferior, por ter menos cache
ou outras limitações. Na verdade, o Celeron não é uma família separada de
chips, mas apenas um nome comercial usado nas versões mais baratas (com
metade ou um quarto do cache) de vários processadores Intel. Existem
Celerons baseados no Pentium II, Pentium III, Pentium 4, Pentium M e também
o Celeron 4xx, que é uma versão single-core (e com menos cache) do Core 2 Duo.
Para efeito de comparação, entre os chips antigos e os atuais, um 486 tinha
cerca de 1 milhão de transistores e chegou a 133 MHz, enquanto o Pentium
MMX tinha 4.3 milhões e chegou a 233 MHz. Um Pentium 4 (Prescott) tem 125
milhões e chegou aos 3.8 GHz, freqüência mais alta atingida por um 12
processador Intel (ou AMD) lançado oficialmente até hoje, recorde que deve
ser quebrado apenas em 2008 ou 2009.
O transístor é a unidade básica do processador, capaz de processar um bit de
cada vez. Mais transistores permitem que o processador processe mais
instruções de cada vez enquanto a freqüência de operação determina quantos
ciclos de processamento são executados por segundo.
Continuando, temos os processadores da AMD. Ela começou produzindo
processadores 386 e 486, muito similares aos da Intel, porém mais baratos.
Quando a Intel lançou o Pentium, que exigia o uso de novas placas-mãe, a
AMD lançou o "5x86", um 486 de 133 MHz, que foi bastante popular, servindo
como uma opção barata de upgrade. Embora o "5x86" e o clock de 133 MHz
dessem a entender que se tratava de um processador com um desempenho
similar a um Pentium 133, o desempenho era muito inferior, mal concorrendo
com um Pentium 66. Este foi o primeiro de uma série de exemplos, tanto do
lado da AMD, quanto do lado da Intel, em que existiu uma diferença gritante
entre o desempenho de dois processadores do mesmo clock. Embora seja um
item importante, a freqüência de operação não é um indicador direto do
desempenho do processador.
Uma analogia poderia ser feita em relação aos motores de carro. Os motores
de 1.6 do final da década de 70, usados nas Brasílias e nos Fuscas, tinham 44
cavalos de potência, enquanto os motores 1.0 atuais chegam a mais de 70
cavalos. Além da capacidade cúbica, existem muitos outros fatores, como a
eficiência do sistema de injeção de ar e combustível, taxa de compressão,
refrigeração, etc.
Depois do 5x68 a AMD lançou o K5, um processador similar ao Pentium, mas
que não fez tanto sucesso. Ele foi seguido pelo K6 e mais tarde pelo K6-2, que
novamente fez bastante sucesso, servido como uma opção de processador de
baixo custo e, ao mesmo tempo, como uma opção de upgrade para quem tinha
um Pentium ou Pentium MMX.
Esta era do K6-2 foi uma época negra da informática, não pelo processador em
si (que excluindo o desempenho em jogos, tinha um bom custo-benefício), mas
pelas placas-mãe baratas que inundaram o mercado. Aproveitando o baixo
custo do processador, os fabricantes passaram a desenvolver placas cada vez
mais baratas (e de qualidade cada vez pior) para vender mais, oferecendo PCs
de baixo custo. A época foi marcada por aberrações. Um certo fabricante
chegou a lançar uma família de placas sem cache L2, que pifavam em média
depois de um ano de uso.
As coisas voltaram aos trilhos com o Athlon, que foi o primeiro grande
processador (tanto em desempenho, quanto em tamanho :) da AMD. A primeira
versão usava um formato de cartucho (slot A) similar ao Pentium II, mas
incompatível com as placas para ele. Ele foi sucedido pelo Athlon Thunderbird,
que passou a usar o formato de soquete utilizado (com atualizações) até os
dias de hoje.
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Athlon XP, para placas soquete A
Competindo com o Celeron, a AMD produziu o Duron, um processador de
baixo custo, idêntico ao Athlon, mas com menos cache. Em 2005 o Athlon foi
descontinuado e o cargo foi herdado pelo Sempron, uma versão aperfeiçoada
do Duron (com mais cache e capaz de atingir freqüências mais altas), que
passou a ser vendido segundo um índice de desempenho (em relação ao
Pentium 4) e não mais segundo o clock real.
Por volta de 2000, surgiram as primeiras notícias do "SledgeHammer", um
processador de 64 bits, que foi finalmente lançado em versão doméstica na
forma do Athlon 64, que passou a ser o topo de linha da AMD. Apesar das
mudanças internas, o Athlon 64 continua sendo compatível com os programas
de 32 bits, da mesma forma que os processadores atuais são capazes de rodar
softwares da época do 386, muito embora tenham incorporado diversos novos
recursos.
Na prática, o fato de ser um processador de 64 bits não torna o Athlon 64
gritantemente mais rápido, mesmo em aplicativos otimizados (os ganhos de
desempenho surgem mais devido ao controlador de memória integrado e aos
novos registradores). A principal vantagem dos processadores de 64 bits é
derrubar uma limitação inerente a todos os processadores de 32 bits, que são
capazes de acessar apenas 4 GB de memória RAM, um limite que está se
tornando cada vez mais uma limitação grave em várias áreas.
Os 4 GB de memória podem não parecer um obstáculo imediato, mas lembrese
de que há duas décadas os PCs eram vendidos com 128 KB de memória,
há uma década já vinham com 4 ou 8 MB, e hoje são vendidos com 512 MB ou
mais.
O Athlon 64 deu origem ao Athlon X2, o primeiro processador dual-core da
AMD, onde temos dois processadores Athlon 64 no mesmo encapsulamento,
dividindo a carga de processamento e também o Turion, que é uma versão de
baixo custo do Athlon 64, destinado a notebooks.
Fonte: Hardware o guia definitivo
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